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Indo na contramão da fórmula Disney para suas animações, onde sequências eram lançadas diretamente para home vídeo, “Toy Story 2” chegou aos cinemas em 1999, disputando a atenção com grandes títulos do ano, como “Star Wars – A Ameaça Fantasma”, “O Sexto Sentido”, “Matrix”, “Clube da Luta” e muito mais. Apesar de uma produção conturbada, sobretudo na criação do roteiro e no tom da história, a continuação não só foi digna do sucesso de seu antecessor, como em muitos sentidos, superou o original, dando mais espaço para os brinquedos secundários, enquanto se aprofundava no psicológico de Woody, que após superar o medo de ser substituído por Andy com a chegada de Buzz, agora se vê diante da finitude de sua existência e a possibilidade de ser rejeitado por seu dono em face de sua inevitável degradação física. Para reforçar essa discussão, somos apresentados a personagens novos e memoráveis, dos quais se destacam a Jesse, que vive com medo da rejeição após ser abandonada por sua dona, e o Mineiro, um boneco que nunca saiu da sua caixa e passou boa parte de sua vida vendo outros brinquedos sendo vendidos. Com uma notável evolução visual, um roteiro mais profundo e um humor inteligente, “Toy Story 2” é um caso raro de sequência, que agrada o público infantil e leva os adultos a refletirem sobre como o medo da rejeição pode ser destrutivo para nossas relações humanas e, no caso do filme, também para os brinquedos.
Roteiro: Bruno Cavalcanti
Edição/Locução: Alexandre Damaso
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